O que são missões análogas?
Missões analógicas são testes de campo em locais com semelhanças físicas com ambientes espaciais extremos. Engenheiros e cientistas da NASA trabalham com agências governamentais, academia e indústria para reunir requisitos para testes em ambientes hostis antes de sua utilização no espaço. Os testes incluem: novas tecnologias, equipamentos robóticos, veículos, habitats, comunicações, geração de energia, mobilidade, infraestrutura e armazenamento. Efeitos comportamentais – como isolamento e confinamento, dinâmica de equipe, fadiga relacionada ao cardápio, entre outros – também são observados.
Gerações passadas usaram missões analógicas para se preparar para deixar a atmosfera da Terra, pousar na Lua e orbitar permanentemente o nosso planeta. Seguindo esse conceito, a NASA está usando missões analógicas para se preparar ativamente para destinos no espaço profundo, como um asteroide ou Marte.
Os análogos fornecem à NASA dados sobre os pontos fortes, as limitações e a validade das operações planejadas de exploração humana e robótica. Os análogos também ajudam a definir maneiras de combinar esforços humanos e robóticos para aprimorar a exploração científica. Os locais de teste incluem a Antártida, oceanos, desertos, ambientes árticos e vulcânicos.
Por que as agencias espaciais fazem missões análogas?
Os análogos desempenham um papel significativo na resolução de problemas na pesquisa de voos espaciais.
- Nem todos os experimentos podem ser feitos no espaço: não há tempo, dinheiro, equipamento e mão de obra suficientes.
- Contramedidas podem ser testadas em análogos antes de serem testadas no espaço. Aquelas que não funcionarem em análogos não serão levadas ao espaço.
- Estudos analógicos terrestres são concluídos mais rapidamente e com menor custo.
Quais são os riscos testados pelas Missões Analógicas?
O espaço é um lugar perigoso e hostil. Um dos objetivos das missões analógicas é buscar possíveis salvaguardas para os perigos da vida no espaço. Quais são exatamente esses perigos? Eles são agrupados em cinco categorias relacionadas aos estresses que exercem sobre o viajante espacial: radiação espacial, isolamento/confinamento, distância da Terra, campos gravitacionais e ambientes hostis/fechados.
1. Radiação Espacial – O campo magnético e a atmosfera da Terra nos protegem da radiação cósmica agressiva, mas sem essa proteção, ficamos mais expostos à radiação traiçoeira.
Possíveis Perigos: A exposição à radiação pode aumentar o risco de câncer. Pode danificar o sistema nervoso central, com efeitos agudos e consequências posteriores, manifestando-se como alteração da função cognitiva, redução da função motora e alterações comportamentais. A doença causada pela radiação pode resultar em náuseas, vômitos, anorexia e fadiga.
2. Isolamento/Confinamento – Problemas comportamentais entre grupos de pessoas que ocupam um espaço pequeno por um longo período, por mais bem treinados que sejam, são inevitáveis.
Possíveis riscos: Declínio do humor, da cognição, do moral ou da interação interpessoal, distúrbios do sono, depressão, fadiga, tédio. Quanto mais confinados e isolados os humanos estiverem, maior a probabilidade de desenvolverem problemas comportamentais ou cognitivos.
3. Distância da Terra – Planejamento e autossuficiência são fundamentais. Marte está a 225 milhões de quilômetros da Terra, em média. Com atrasos de comunicação de até vinte minutos e a possibilidade de falhas no equipamento, os astronautas precisam ser capazes de completar a missão sozinhos. Eles precisam ter alimentação, medicamentos e suprimentos adequados para se sustentarem durante toda a duração.
4. Campos Gravitacionais – Existem três campos gravitacionais que você experimentaria em uma missão a Marte: ausência de peso entre planetas, 1/3 da gravidade da Terra em Marte e gravidade normal ao retornar à Terra.
Possíveis Perigos: Afeta a orientação espacial, a coordenação entre cabeça e olhos e mãos e olhos, o equilíbrio, a locomoção e pode causar enjoo. Os ossos perdem minerais, causando uma queda na densidade. Os músculos perdem força e resistência. O sistema cardiovascular fica descondicionado. Mudanças nos fluidos podem pressionar os olhos, causando problemas de visão. A desidratação pode levar ao desenvolvimento de cálculos renais.
5. Ambiente: Hostil/Fechado – O ecossistema dentro da nave espacial desempenha um papel importante na vida cotidiana dos astronautas. Micróbios podem mudar suas características no espaço, e microrganismos que vivem naturalmente no corpo são transferidos mais facilmente de pessoa para pessoa em habitats fechados como a estação espacial. Cada centímetro dos alojamentos deve ser cuidadosamente projetado para garantir temperatura, iluminação, nível de ruído e espaço adequados.
Possíveis perigos: Níveis elevados de hormônio do estresse alteram o sistema imunológico, levando a alergias e doenças.